A solidão ao volante

Celebramos há poucos dias o Setembro Amarelo, uma iniciativa de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

E uma profissão que é bastante afetada pelas doenças mentais que podem agravar casos de tendências suicidas é a do caminhoneiro.

Ao passar longas horas sentado atrás do volante, enfrentando o estresse do trânsito das estradas e das cidades brasileiras, a violência nas vias, a hora marcada para entregar a carga, o risco de acidentes, a distância de casa e até o medo da pandemia potencializam ainda mais os problemas de saúde mental.

Segundo a Dra. Juliana Guimarães, coordenadora da Comissão de Saúde Mental da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), algumas pesquisas americanas, que analisaram as condições laborais dos motoristas profissionais, classificam a profissão de caminhoneiro como uma das que oferece o maior risco de problemas de ordem psicológica.

“Todo esse estresse diário, já árduo, é potencializado pela ausência de convívio com seus familiares e amigos. Essa pessoa acaba não podendo relaxar com um bate-papo agradável, compartilhar as emoções, falar sobre as questões de seus receios e medos, entre outras. Infelizmente, as dores e incômodos vão evoluindo de tal modo que alguns buscam até tomar substância que acabam prejudicando ainda mais a sua saúde”, explica a médica.

O trabalho do caminhoneiro é, quase sempre, solitário. Com longas jornadas, longe de amigos e família, alguns sintomas de depressão podem surgir e trazer consigo diversos efeitos negativos para a saúde. Entre esses possíveis sintomas estão a ansiedade, mudanças frequentes de humor, perda de interesse ou prazer nas atividades, solidão, tristeza, irritabilidade, isolamento social, insônia, falta de concentração, abuso de substâncias e falta de apetite.

É importante lembrar que não é por sentir um ou outro sintoma que a pessoa se encontra com depressão. Mas é aí que mora o perigo: geralmente, os sintomas do estresse ou até mesmo da depressão aparecem suavemente. Aí, quando se percebe, a situação já está grave demais.

O Brasil é o quinto país do mundo em número de casos de depressão diagnosticados. No entanto, esse número tende a ser ainda maior por conta dos casos que ainda não procuraram ajuda e não foram identificados. A depressão está entre as seis maiores causas de afastamentos dos caminhoneiros no INSS. Outra doença que pode afetar a categoria é o transtorno do estresse pós-traumático.

Cuidar da saúde mental é a garantia de se manter pleno para o bom funcionamento de todo o corpo, e ajuda a melhorar a produtividade no trabalho, e até mesmo a boa relação com amigos e familiares.

Para nós, da BT Logística, o sucesso – nosso, de nossos colaboradores, de nossos clientes e parceiros – só tem sentido se for construído tendo como base relacionamentos marcados pela confiança, compromisso, confidencialidade nas informações, ética e respeito, buscando sempre o bem-estar de todos os envolvidos.

Por isso, cuidar da saúde dos motoristas que trabalham conosco é uma atitude primordial na empresa.  “Na BT, procuramos dar toda atenção ao bem-estar desses profissionais. Por isso, eles são orientados através de palestras, materiais de comunicação sobre a importância de perceber se algo não vai bem e cuidar da saúde mental, além de contarem com apoio sempre que necessário, principalmente através do alinhamento constante dos líderes. Estamos sempre atentos à saúde de todos os nossos colaboradores, e com os motoristas isso não é diferente”, finaliza Lívia Queiroz, psicóloga e responsável pela área de Recursos Humanos da BT.

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